sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A triste trajetória do menino Sean

Esse é um exemplo da crueldade e egoísmo de muitos pais como também mães. Essa criança vivia há bastante tempo com a família materna, tem uma irmâ pequena, e foi desrespeitada quando não teve a chance de escolher. Amor de pai e mãe deve ser generoso. No caso, quem deveria sofrer com a falta do filho seria o pai que o amasse de verdade, querendo que o menino fosse feliz.
Como mãe prefiro agir dessa forma.Como educadora, durante quarenta e um anos, acho díficil não surgir sérios problemas futuros. A Lei é fria, não considera esses aspectos.
Quando colocamos um ser no mundo precisamos ser mais sensíveis e generosos.
Quanto ao chamado sequestro praticado pela mãe, nem sabemos porque essa mãe fugiu com a criança para o Brasil.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

PARA BORIS CASOY OS GRUPOS QUE LUTARAM CONTRA A DITADURA QUERIAM IMPLANTAR OUTRA DITADURA

ONTEM,21 DE DEZEMBRO NA BAND NEWS FM, O JORNALISTA BORIS CASOY FEZ ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE A HOMENAGEM PRESTADA A INÊS ETIENNE. AFIRMOU QUE AS PESSOAS QUE FORAM TORTURADAS NO PERÍODO DA DITADURA MERECIAM UMA REPARAÇÃO.MAS CONCLUIU QUE, NA VERDADE, ESSES GRUPOS LUTARAM PARA ,AO DERRUBAR A DITADURA, TENTAREM IMPLANTAR OUTRA DITADURA.
EMBORA RESPEITE O JORNALISTA, ACHEI SUA OPINIÃO ABSURDA.CITOU COMO INDÍCIO OS CONTATOS COM CUBA. PARECE-ME QUE DEVE SER A OPINIÃO DE MUITOS.
EU NÃO SUPORTARIA UMA DITADURA, MAS QUEM DERA QUE TIVÉSSEMOS UMA EDUCAÇÃO E SAÚDE COMO A DE CUBA.
ALIÁS, MUITOS BRASILEIROS, ESPECIALMENTE DAS ÁREAS DE EDUCACAÇÃO E SAÚDE FORAM A CUBA CONHECER, FAZER CURSOS, E SE ENCANTARAM COM O NÍVEL DE LEITURA DO POVO CUBANO.SUGIRO A LEITURA DO LIVRO DE OSWALDO FRANÇA JÚNIOR "LIÇÕES DE AMAR EM CUBA"

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sou contra a extradição de Cesare Battisti

Por ocasião da Ditadura Militar no Brasil, eu era uma jovem estudante secundarista ,de classe média, no interior de Minas, com formação religiosa e com sede de um mundo melhor. Um mundo que se preocupasse com os desvalidos, os famintos, operários, em que as crianças não apanhassem, enfim, um mundo em que as relações naturais de poder fossem pelo menos respeitosas.
Pertenci a movimentos religiosos, União Colegial da minha cidade. Fui professora alfabetizadora, trabalhei em órgão público de Educação e nesse sonho utópico de jovem era acusada de comunista.
Não posso nunca me esquecer das barbaridades ocorridas nessa época e do fantasma que se apoderou da ignorância de muitos. Os lados eram dois, os que estavam a favor da Lei e os Outros, os comunistas. Eu,como era falante, me via ameaçada de delação. Queimei livros. Na Faculdade particular, microfones monitoravam professores que não podiam citar o nome de Karl Marx, e nem "Freud" (risos) . A ignorância enlouquecia...Como professora era vigiada para não fazer reflexões "desnecessárias".No serviço público verbas desapareciam e os "protetores" cuidavam de mim para não dizer nada. Na capital ouviam-se gemidos e gritos vindos de uma sede do DOI CODI. E as torturas e mortes de jovens sonhadores, mulheres e operários que nunca pegaram em armas? Onde estão esses militares? Na minha cidade até hoje, nós, "os comunistas" que não suportam nehuma forma de ditadura, entristecemo-nos com a tortura de dois jovens operários da JOC; um desaparecido, o outro falecido. E ,eu,com a morte de um primo encantador. Essas pessoas levavam na alma aquilo que no seu último livro Frei Beto chama de Utopia do Coração.
Hoje , percebo jovens, mal informados, confundirem aqueles que resistiram ,heróicamente, à Ditadura em seus países com terroristas. É preciso que leiam o depoimento de pessoas intelectualmente sérias e esclarecidas como o professor e jurista Dalmo Dallari e outros escritores.
Desejo que o Lula seja pelo menos coerente com a Constituição.
Tenho todas as razões para desacreditar no poder de um país, de uma democracia duvidosa, mesmo porque nem Miterrand acreditou, tendo abrigado na França o escritor Battisti como refugiado político que é.

Carta aberta de Cesare Battisti a Lula e ao Povo Brasileiro

CARTA ABERTA

AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR

LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA

PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

SUPREMO MAGISTRADO DA NAÇÃO BRASILEIRA

AO POVO BRASILEIRO

“Trinta anos mudam muitas coisas na vida dos homens, e às vezes fazem uma vida toda”. (O homem em revolta - Albert Camus)

Se olharmos um pouco nosso passado a partir de um ponto de vista histórico, quantos entre nós, podem sinceramente dizer que nunca desejou afirmar a própria humanidade, de desenvolvê-la em todos os seus aspectos em uma ampla liberdade. Poucos. Pouquíssimos são os homens e mulheres de minha geração que não sonharam com um mundo diferente, mais justo.

Entretanto, frequentemente, por pura curiosidade ou circunstâncias, somente alguns decidiram lançar-se na luta, sacrificando a própria vida.

A minha história pessoal é notoriamente bastante conhecida para voltar de novo sobre as relações da escolha que me levou à luta armada. Apenas sei que éramos milhares, e que alguns morreram, outros estão presos, e muito exilados.

Sabíamos que podia acabar assim. Quantos foram os exemplos de revolução que faliram e que a história já nos havia revelado? Ainda assim, recomeçamos, erramos e até perdemos. Não tudo! Os sonhos continuam!

Muitas conquistas sociais que hoje os italianos estão usufruindo foram conquistadas graças ao sangue derramado por esses companheiros da utopia. Eu sou fruto desses anos 70, assim como muitos outros aqui no Brasil, inclusive muitos companheiros que hoje são responsáveis pelos destinos do povo brasileiro. Eu na verdade não perdi nada, porque não lutei por algo que podia levar comigo. Mas agora, detido aqui no Brasil não posso aceitar a humilhação de ser tratado de criminoso comum.

Por isso, frente à surpreendente obstinação de alguns ministros do STF que não querem ver o que era realmente a Itália dos anos 70, que me negam a intenção de meus atos; que fecharam os olhos frente à total falta de provas técnicas de minha culpabilidade referente aos quatro homicídios a mim atribuídos; não reconhecem a revelia do meu julgamento; a prescrição e quem sabem qual outro impedimento à extradição.

Além de tudo, é surpreendente e absurdo, que a Itália tenha me condenado por ativismo político e no Brasil alguns poucos teimam em me extraditar com base em envolvimento em crime comum. É um absurdo, principalmente por ter recebido do Governo Brasileiro a condição de refugiado, decisão à qual serei eternamente grato.

E frente ao fato das enormes dificuldades de ganhar essa batalha contra o poderoso governo italiano, o qual usou de todos os argumentos, ferramentas e armas, não me resta outra alternativa a não ser desde agora entrar em “GREVE DE FOME TOTAL”, com o objetivo de que me sejam concedidos os direitos estabelecidos no estatuto do refugiado e preso político. Espero com isso impedir, num último ato de desespero, esta extradição, que para mim equivale a uma pena de morte.

Sempre lutei pela vida, mas se é para morrer, eu estou pronto, mas, nunca pela mão dos meus carrascos. Aqui neste país, no Brasil, continuarei minha luta até o fim, e, embora cansado, jamais vou desistir de lutar pela verdade. A verdade que alguns insistem em não querer ver, e este é o pior dos cegos, aquele que não quer ver.

Findo esta carta, agradecendo aos companheiros que desde o início da minha luta jamais me abandonaram e da mesma forma agradeço àqueles que chegaram de última hora, mas, que têm a mesma importância daqueles que estão ao meu lado desde o princípio de tudo. A vocês os meus sinceros agradecimentos. E como última sugestão eu recomendo que vocês continuem lutando pelos seus ideais, pelas suas convicções. Vale a pena!

Espero que o legado daqueles que tombaram no front da batalha não fique em vão. Podemos até perder uma batalha, mas tenho convicção de que a vitória nesta guerra está reservada aos que lutam pela generosa causa da justiça e da liberdade.

Entrego minha vida nas mãos de Vossa Excelência e do Povo Brasileiro.

Brasília, 13 de novembro de 2009

Cesare Battisti

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O ADOECIMENTO DOS PROFESSORES EM MG



Publicado no Jornal do Sindicato dos Professores de Minas Gerais

28/04/2009

O Sinpro divulga pesquisa inédita sobre condições de saúde e trabalho dos professores

O Sinpro Minas divulgou nessa terça-feira (28/4) a pesquisa inédita que mapeia as condições de saúde e trabalho dos docentes da rede privada de ensino de todo o estado. Realizada pelo sindicato, em parceria com o Ministério do Trabalho (por meio da Fundacentro), a Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Fitee) e Sindicato dos Auxiliares em Administração Escolar (Saae-MG), a pesquisa revelou que é elevado o percentual de professores que alegam sofrer cansaços físico e mental (92,84%).
“Há todo um processo na contemporaneidade que aumenta substancialmente o trabalho do professor e o leva a um quadro de estresse e adoecimento”, denunciou Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas, durante a coletiva de imprensa, no auditório do sindicato. Segundo ele, o cenário atual, de mercantilização da educação, traz ainda mais impactos negativos nas condições de trabalho e saúde dos docentes. “A escola privada está se transformando cada vez mais em um ambiente em que o aluno é tratado como cliente e a educação como comércio, o que tem trazido implicações na qualidade da educação”, afirmou o presidente do Sinpro.
De acordo com a pesquisa, para 82,58% da categoria, a exigência de cumprimento de prazos é o principal motivo que torna o ambiente institucional ameaçador. Já a principal causa de desgaste entre os docentes encontra-se na relação direta entre aluno e professor, com 40, 25% das respostas. “Eles [os empresários da educação] preferem lotar a sala de aula a dividir as atividades entre dois professores. Sempre tem aquela pressão e opressão, tanto em nível psicológico, quanto em nível de produção”, disse, durante a coletiva, a professora universitária Rose Guerra, que teve um acidente vascular cerebral em decorrência do estresse laboral.
“Trata-se de um levantamento abrangente e que vai servir de parâmetro para desenvolver ações preventivas e educativas junto à categoria. Além disso, a pesquisa é muito importante e urgente, pois o processo de adoecimento no setor educacional é cada vez maior, em decorrência da mercantilização da educação e do aumento da carga de trabalho”, afirmou a diretora Maria das Graças de Oliveira, uma das pesquisadoras.
Outro dado que preocupou o sindicato diz respeito à violência no ambiente escolar: aproximadamente 41% dos professores reclamaram que já foram agredidos ou ameaçados por alunos pelo menos uma vez. “Esse dado demanda ações urgentes por parte de toda a sociedade, inclusive das autoridades públicas. Temos que coibir isso. A sala de aula não pode se tornar um local de ameaças ou agressões constantes”, declara Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas.
Ainda segundo a pesquisa, há uma associação direta entre o número de alunos em sala de aula e a possibilidade de o professor apresentar problemas de saúde, como rouquidão e dores de cabeça, e um dos maiores motivos de afastamento na categoria está relacionado a dores nas pernas.
GêneroA pesquisa também fez um recorte de gênero e constatou um quadro pouco favorável para as mulheres. Em todo o estado, a renda pessoal média das professoras é cerca de 30% inferior à dos professores. Já na região metropolitana, esse cenário de desigualdade permanece, mas o percentual de diferença cai para aproximadamente 24%. “Podemos inferir que isso se deve ao fato de que há diferenças de salários por titulação e há mais homens que mulheres tituladas atualmente em nossa categoria. Também há o fato de que as mulheres se dividem entre a jornada doméstica e a da escola, o que faz com que, em média, tenham uma menor carga horária de aulas”, avalia Maria das Graças de Oliveira, ponderando que os resultados merecem uma análise mais aprofundada, com o objetivo de tomar as medidas adequadas para mudar essa realidade.
Para o coordenador-geral da pesquisa, Celso Amorim Salim, da Fundacentro, o sindicato desempenhou um papel muito importante ao fazer esse levantamento inédito em Minas. “A pesquisa fornece uma série de dados para subsidiar ações em defesa das condições de trabalho da categoria”.
A pesquisa completa será divulgada no portal do Sinpro Minas. O próximo passo será a elaboração, com a participação de especialistas de várias áreas, de dois livros, um de caráter mais qualitativo, com as declarações dos professores, e outro mais técnico-analítico, sobre o resultado da pesquisa. O Sinpro e as instituições parceiras também vão procurar as autoridades com o objetivo de atrair financiamentos para pesquisas mais aprofundadas.
Alguns dados da pesquisa
>> Aproximadamente 41% dos professores reclamaram que já foram agredidos ou ameaçados por alunos pelo menos uma vez.
>> Para cerca de 83% deles, a exigência de cumprimento de prazos é o principal motivo que torna o ambiente institucional ameaçador.
>> A pesquisa apontou que é elevada a proporção de docentes que alegam sofrer cansaços físico e mental (92,84%).
>> Em geral, embora os docentes tenham considerado o ambiente de trabalho satisfatório, cerca de 42% deles afirmaram que a presença do pó de giz interfere nas aulas.
>> O risco de uma professora da região metropolitana sofrer algum tipo de acidente e/ou doença do trabalho é cerca de 2,2 vezes maior em relação a um professor.


Sinpro MG

Sinpro MG

terça-feira, 28 de abril de 2009

MEU SOBRINHO DANIEL PREMIADO NO MARANHÃO

RECORTE DO JORNAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
UFMA NOTÍCIAS
25/04 - 08h58Daniel Drummond vence 2º Festival de Vídeos de Bolso.Os vídeos premiados e os recomendados pelo júri técnico participam do 32º Festival Guarnicê de Cinema

Com “O MUNDO NAS MÃOS”, Daniel Drummond comemorou o primeiro lugar no 2º Festival Regional de Vídeos de Bolso do Maranhão, realizado nos dias 22 e 23 de abril, no Cine Praia Grande. A estatueta que recebe esse título foi idealizada pelo designer maranhense Eduardo Sereno e entregue aos três primeiros colocados, juntamente com prêmios em dinheiro. O vídeo vencedor foi “Entre Ponteiros e Rascunhos”; em 2º lugar, o júri técnico premiou o vídeo “Alice Maria”, de Antônio Wagner Silva (Imperatriz/MA), e em 3º lugar ficou “You Bitch Die”, de Lucas de Sá Araújo (São Luís/MA). O melhor vídeo no júri popular foi “Lista de Aprovados”, de Carlos Daut (São Luís/MA). A vencedora do Prêmio da Faculdade São Luís foi Nayra Helena Silva (São Luís-MA) com o vídeo “Vida de Barragem”. Seis vídeos receberam menções honrosas do júri técnico do Festival. O vídeo “Contu de São Luís”, de Carlos Augusto Nicácio (São Luís/MA), pela Técnica de Animação; “O Prazer em andar de bicicleta”, de Domingos de Jesus Filho (São Luís/MA), pelo caráter marginal ao vídeo; “O Sonho Acabou”, de Carlos Henrique Brandão, pela referência ao cinema mudo; “Lista de Aprovados”, de Carlos Daut (São Luís/MA), pela adequação na abordagem do tema escolhido; “Traficando Informações”, de Stella Aranha (São José de Ribamar/MA), pela adequação à linguagem simples de baixa resolução e “Chuva”, de José Patrício Neto (São Luís/MA), pela linguagem poética utilizada. Os vídeos premiados e os recomendados pelo júri técnico participam automaticamente do 32º Festival Guarnicê de Cinema, a ser realizado em São Luís, no mês de junho/09, além de serem incluídos na mostra itinerante do Festival, na categoria de Vídeos Portáteis. Foram premiados, ainda, a idealizadora e primeira produtora do Festival, Camila Andrade; o diretor-geral da Faculdade São Luís, Geraldo Siqueira; o presidente da Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de São Luís, Euclides Moreira Neto, e o Banco do Nordeste do Brasil. O Festival é um concurso de vídeos de baixa resolução produzidos a partir de equipamentos acessíveis à população e destinado a realizadores audiovisuais das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O evento promove filmes com temática livre e oportunidade de experimentação, além de promover oficinas na área. A oficina Interpretação para Vídeos de Baixa Resolução foi ministrada pela atriz e diretora Aily Arnaud no dia 22 de abril. No dia seguinte, o professor do Departamento de Artes da UFMA e cineasta, Murilo Santos, ministrou a oficina Evolução da Tecnologia Digital. Promovido pela UFMA, Fundação Sousândrade e Instituto Guarnicê, com patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil, o 2º Festival Vídeos de Bolso tem direção executiva do professor Alberto Dantas e coordenação de Carlos Benalves e Nicolau Leitão. O júri técnico foi formado pelo publicitário e diretor de comerciais, Breno Ferreira; o redator publicitário, artista plástico e vídeomaker, José Maria Eça de Queiroz e o presidente da Associação Brasileira de Documentaristas, Secção do Maranhão, o paulista João Paulo Furtado de Oliveira, bacharel em Comunicação Social e gerente da Comunicar. RELAÇÃO OFICIAL DOS VENCEDORES DO 2º VÍDEOS DE BOLSO JÚRI TÉCNICO 1º LUGAR: Entre Ponteiros e Rascunhos – Daniel Drummond (São Luís/MA). 2º LUGAR: Alice Maria – Antônio Wagner da Silva (Imperatriz/MA). 3º LUGAR: You Bitch Die – Lucas de Sá Araújo (São Luís/MA). JÚRI POPULAR 1º LUGAR: Lista de Aprovados – Carlos Daut (São Luís/MA). PRÊMIO FACULDADE SÃO LUÍS 1º LUGAR: Vida de Barragem – Nayra Helena Silva (São Luís/MA) MENÇÕES HONROSAS 1. PELA TÉCNICA DE ANIMAÇÃO: Contu de São Luís – Carlos Augusto Nicácio (São Luís/MA). 2. PELO CARÁTER MARGINAL: O Prazer em andar de bicicleta – Domingos de Jesus Filho (São Luís/MA). 3. PELA REFERÊNCIA AO CINEMA MUDO: O Sonho Acabou – Carlos Henrique Brandão. 4. PELA ADEQUAÇÃO NA ABORDAGEM DO TEMA ESCOLHIDO: Lista de Aprovados – Carlos Daut (São Luís/MA). 5. PELA ADEQUAÇÃO À LINGUAGEM SIMPLES DA BAIXA RESOLUÇÃO: Traficando Informações – Stella Aranha (São José de Ribamar/MA). 6. PELA LINGUAGEM POÉTICA: Chuva – José Patrício Neto (São Luís/MA)
Lugar: ASCOM UFMAFonte: Lideney RibeiroNotícia alterada em: 27/04/2009 15h15

sábado, 4 de abril de 2009

HOMENAGEM

AO MEU IRMÃO FRED, do blog

http://www.theiaviva.blogspot.com/





Por ocasião de sua Graduação em Filosofia



O poema a seguir de sua autoria , quando ainda garoto, nos anos setenta, demonstra a sua verve filosófica instigada pelos tempos de opressão em que duramente vivíamos, e que transitavam dos valores irrefletidos da tradicional família mineira aos piores momentos da ditadura militar ,que não era, como muitos equivocadamente acreditam, "honesta". Embora, mesmo se fosse ,não justificaria. Desapareciam pessoas, verbos e verbas.



O MENSAGEIRO



O que pode um poeta
numa tarde de sábado,
quando o silêncio vem
mais tenebroso
que o trovejar de bombas?



Convocar os homens
para uma rodada de poquer?
E as mulheres
para a vigilância eterna
da castidade humana?



Um anjo, de longe,
acenou em fuga:
argumenta o contabilista
no arranjo final
de sua arquitetura contábil

Pois ora veja,
que os jornais falam de guerra
(da garra da guerra).
Falam até que o Barnabé
rimando com Malomé
comprou uma mula do Mané,
mas depois morreu todo mundo
depois das 6 da tarde.

E o que pode o poeta?
- Não mais chorar sobre os mortos.
- Não mais lamentar os destroços.
- Não mais remover os trastes
da fidalguia em conflitos de honra.



( os mortos cuidem
dos mortos ).



Da boca de um Arcanjo
dado a pileques suburbanos
vem a mensagem de vida
a despeito de todo ruído,
que tenta amedrontar
a rebeldia estética
da aurora que vem chegando.
E vem sem disfarce,
com uma claridade
que faz tremer
a mínima transação
no mercado da fome.

Desta fábula extraio dos trovões
a voz anônima e universal
que explode em sonora negação:



Não. Não haverá pactos
obscuros.
Nem conversa ao pé do ouvido
com coisa de quem tem medo
das revelações cristalinas.
Nem haverá sábado preguiçoso
de televisão e sol quente,
para depois o desespero
da noite que oculta tudo.



Com minha irreverência
medo e outras limitações
ensaio o verbo que se avizinha
para a mais autêntica
profissão de fé:



Haveremos de sobreviver
irmão que batalha.
Haveremos de recolher
no outono próximo
o resultado sem pretensão
deste canto de vida

E posto que me aprouve
o singular canto dos
visionários
já nem mais
será perguntado:
- e o que pode o poeta?
Pois o futuro
emerge como poema
na brisa leve da manhã.



Frederico Ozanam Drummond

do livro Anjo Vingador
Foto tirada no prédio da Praça São Salvador, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, 1952.
O meu irmão Fred é o primeiro da direita, eu sou a do meio.

quarta-feira, 4 de março de 2009

ANOS DOURADOS

EROS I (endecha)

Compras

Nas prateleiras do supermercado
viajo minha fantasia
entre esponjas de bom-bril
apagam-se os meus sonhos de namorada

Onde estará você
e o seu cotidiano?

tão longe e tão perto
alcanço latas e caixas
misturo o ácido e o doce

o seu olhar flechando os meus seios

a pequena lágrima rola entre as curvas do decote

o carrinho se avoluma
volumes pesados
agigantam-se em
sua fragilidade

pernas
o movimento
caminhos opostos
as prateleiras inertes

preços
avaliá-los é tocar na ferida
misturar os rótulos

custo da vida
contabilidade da paixão


segunda-feira, 2 de março de 2009

ANOS DOURADOS

TROPICÁLIA I

Esse menino entrou na minha vida
como uma pipa nas brincadeiras de criança
dissonante como um trator que rasga a terra
e fecunda

De repente

instalou-se no meu

QUARTO

na minha solidão

e cresceu
cogumelo mágico
de flores

nos cabelos longos cansados da noite
trouxe uma leve brisa anunciando o dia

menino de graça
de sonhos tamanhos
que a vida não passa sem nele passar

menino sem farsa
de vida vivida
a dor da desdita
não há de ficar

menino com alma
de doce memória
os riscos de outrora
me fazem lembrar
que a vida é eterna no instante que passa
visão (in) flamada de luz ao luar

menino tardio
lembranças do Rio
da infância perdida
na beira do mar

menino eu te gosto
amigo te quero
promessa de vida,
de dom
de ousar.


ANOS DOURADOS


ANOS DOURADOS
ANOS DE OURO
ourificados
ouro de ouro velho
velLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLHOS
Anos dourados

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Amanda é espelho que se move em dois sentidos rompe...se rompe...aqui e acolá em busca de Outro... Wanda é, o nome