quinta-feira, 20 de junho de 2013

Histórias da UNIFEMM



Fiquei muito triste com o pessoal que foi para o UNIFEMM, desconhecendo a legislação trabalhista das escolas particulares, desconhecendo que existe um Sindicato dos Professores que acorda todo ano com o Sindicato das Escolas Particulares uma
legislação própria, diversa das Escolas Federais e Municipais. Isso causou um rombo financeiro na Escola pela qual lutei desde a minha Juventude, que "nasceu" como Fundação Sem Fins Lucrativos e com a contribuição , inclusive afetiva de toda a população setelagoana. Ela foi o símbolo da minha esperança de jovem. Como não podia estudar em BH, pude, em 1970, realizar o meu grande sonho de frequentar uma Faculdade. Esse desrespeito ao professor causou o meu adoecimento, o que é pior, foi um dos motivos que acelerou o falecimento da Professora Mirian. Em 1978, ela e a professora Nádya, me ligavam solicitando que fosse lecionar na Faculdade. Na época eu tinha especialização em Teoria da Literatura e entre professores da Federal que tinham Mestrado, quase não havia quem quisesse lecionar em Sete Lagoas porque não compensava financeiramente. Dr Marcelo Vianna não permitia a redução de aulas dos professores porque havia experimentado um desfalque com uma ação trabalhista de um professor de BH. A FEMM cresceu com o sacrifício de muitos. Antes de morrer, a Mirian me ligava em prantos porque lhe tinha sido retirado um projeto de Inglês, que ela criara desde o ano de 1974, e que para funcionar ela mesma limpava as salas aos sábados nos prédios que eram alugados. Ela pedia uma contribuição simbólica aos alunos, e pagava professores, autores de obras de Inglês do seu próprio bolso, e com aquele perfil de professora amorosa, do interior, levava mimos para os alunos. A Nádya Paiva e muitos outros professores pioneiros que tiveram a coragem de levar o sonho em frente da Escola que só depois do plano Collor , depois de muitas batalhas pode remunerar com dignidade seus professores, merecem o nosso reconhecimento e respeito. Graças a Deus sobrevivo com saúde para dar esse depoimento. Espero que outros possam dar o seu, pois as histórias de dor não se encerram aqui.Gostaria ainda de acrescentar que a UNIFEMM nasceu com uma identidade humanista. Nasceu com a missão de formar Profissionais da Educação e do Direito para toda a região. Lembro-me da alegria da primeira turma de Letras formadas por pessoas de importância Educacional na cidade e que não tiveram oportunidade de fazer uma Faculdade na época de jovens, pessoas mais maduras e jovens Cito alguns Professor Simões, Dona Isis Valace, Nancy Zumerly, Professor Godoy, A Hoje Professora da UFMG Reinilde Dias, Marialves Dias, Léa Drummond, Adna Hadad, Maria das Graças ...e muitos outros que serão citados por alguns desses colegas .Lembro-me ainda do Diretor Dr Wilson Veado, da Secretária, Dona Cléia que guarda consigo toda a memória da UNIFEMM e que seria interessante ser entrevistada. Da vocação humanista passou a priorizar o universo tecnológico. Mas a sua identidade Sem Fins Lucrativos que beneficiou tantos jovens pobres da região e tantos municípios que puderam ampliar o número de escolas, como a sua função essencialmente Humanista jamais poderão ser esquecidas.

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